31 de out. de 2007

- Halloween


Numa noite de lua cheia…
Em que as forças do mal se unem…
Tudo desaparece num só grito de morte…
Essa será a nossa sorte…

Já oiço o caminhar misterioso das aranhas…
O cochichar suave dos morcegos…
Ao planear aquela mórbida noite...
Que ficará, guardado no mais misterioso dos segredos…

Numa noite aparentemente calma…
Lá se vai mais uma alma…
Numa noite assustadora…
Numa noite aterradora…

Já se ouve o piano…
Nas suas notas agudas e mortíferas…
Soando lentamente…
Ecoando… preenchendo as arcadas vazias…

Já se imagina um fio de sangue a escorrer…
Num só fino corte, dividindo a delicada pele…
Já vemos alguém a sofrer…
Com o sabor amargo do fel…

E assim esperamos ansiosamente…
Pelas doze badaladas… desta noite longa e mortífera…
Onde as forças do mal caminham, por aí, soltas…
Quando o Lobo uivar… quando a Lua iluminar
Toda esta realidade inserida num pesadelo…
Que a profunda escuridão desta noite irá cerrar…


(C.S.)


Muhahahahah :P


~the girl with no name~

28 de out. de 2007

- Sem Sentido (ou então não)




Uma folha em branco e tanto para dizer. Será que desta vez vou conseguir?

A maioria de nós vive numa encenação que a vida nos preparou. Ou então a que nós fizemos da vida. Passa-se isto em especial na religião, onde tentamos encontrar respostas para coisas que simplesmente não têm explicação (e para quê isso?..). Mas e então? Às vezes não é preferível viver feliz na doce ilusão, neste tempo no fundo tão curto que passamos por Aqui? No mundo há mais mentira que verdade e esta última por vezes dói demasiado. Mas não falarei em factos nem verdades universais, porque essas penso não existirem mesmo.

Este é o primeiro texto lógico que escrevo há muito, muito tempo, talvez assim alguém me perceba – e oxalá que isso aconteça, pois nem eu me percebo a mim própria.

Tenho pena, pois as coisas sem lógica para mim são as que ganham mais sentido. talvez por isso eu própria não encontre algum sentido em mim... e talvez isso não seja motivo de choro, como tantas vezes foi, mas sim motivo de alegria, por razões que, essas sim, só eu entendo – e duvido que alguém as entenda como eu.

Pois sim, há coisas que fiz, faço e sei que sou capaz de fazer na minha vida que não estão politicamente correctas, quer dizer, que são vistas como erradas pelo espírito que a sociedade nos incute dia-a-dia. Mas gosto de ser assim – e ao menos Sou Alguma Coisa Que Sei Que Sou, e mesmo que seja má (má porque dizem que assim é, porque há conceitos de bom e mau...), Sou! E por isso há meio mundo que me adora... e meio mundo que me odeia!

Sou eu, sou tudo o que penso que sou, tudo o que penso que não sou, tudo o que quero ser e o que não quero ser nem nunca serei, sou feita daquilo que dizem de mim, daquilo que pensam, e da ideia que deixo passar. No fundo todos nós somos um nada, seres tão frágeis! Somos a imagem que nós próprios construímos e que a qualquer momento se pode desmoronar. Eu ainda não construí a minha e já me martirizei tanto por isso. Já pessoas que se podem considerar felizes me ouviram chorar e falar sobre o assunto. Novamente, em frases e divagações totalmente sem sentido, aquelas que não dizem nada mas dizem tudo quando se olha bem no fundo dos olhos das pessoas. Mas essa fase passou. Eu gosto de ser como sou hoje, se é que alguma coisa posso dizer que sou, tudo o que não sou amanhã e tudo o que não fui ontem. Nunca me tornarei entediante...

E no fundo, eu não sou nada, sou um ser tão sem sentido que não faz sentido nenhum fazer um texto (finalmente) com sentido a dizer que não me acho com sentido (LOL).


Por tudo isso e muito mais, que em frase ou palavra alguma caberá, com uma lágrima assim termino algo que nunca terá início nem fim, mas que finalmente teve lógica e finalmente ocupou mais uma das páginas, dessas de que é feita a minha Vida! Esta, tão repleta de liberdade, liberdade que não se deixa corromper nem condicionar por valores e principios que se dizem correctos apenas porque assim alguém o achou...

'They talk about me, about my life. I'm over it. I'm so much better.'


'I don't care if I'm loved or hated, as long as I'm remembered'



(li algures mas já não me lembro onde nem de quem era)


~the girl with no name~

21 de out. de 2007

-Um Dia Tentei Ser Poeta


Um dia tentei ser poeta.
Escrevi linhas e linhas de palavras cruzadas,
mas bastava uma frase incompleta
para tornar tantas ideias imaginadas,
num vulgar texto sem rumo.
Mas pego na caneta e assumo
a condição de um poeta.
Desenhei sentimentos com um simples traço.
Cravei letras desorganizadas numa folha branca,
tal como uma porta que se tranca,
e deixando-as ali tão unidas como um abraço,
abandonei-as, naquele curto espaço.
E uma ideia sem sorte
bastava para deixar o poema sem norte.
Mas um dia, tentei ser poeta.
Escrever ao menos a letra de uma música
para depois - era a minha meta! -
pegar na guitarra e calado cantá-la.
E no silêncio escutá-la.
Ouvi-la num suave momento, como se fosse assim
o tempo que se acende uma vela
e onde tudo se transforma, em ti e em mim...
Mas uma palavra bastou,
onde o sentido, perdido, não se ligou,
e o poema acabou.


É que um dia, tentei ser poeta. Mas os versos calaram o meu poema e ninguém mais soube dele. Então comecei a escrever prosa. Só que à prosa ninguém dá valor! Só às palavras cruzadas de um poeta... Mas talvez um dia, o teu olhar atento encontre por fim esse meu poema perdido no tempo.


...e acabe por fim esta dor,
de um poema onde falta a última palavra:
o teu amor.

Nuno Miguel Araújo Cerqueira, ou nMAC

Porque é um poema tão espectacular, que merece um destaque no meu estaminé... :D

~the girl with no name~

18 de out. de 2007

- Vaidade


Sonho que sou a Poetisa eleita
Aquela que diz tudo e tudo sabe
Que tem a inspiração pura e perfeita
Que reúne num verso a imensidade!


Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo!
E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!


Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando
E quando mais no alto ando voando
Acordo do meu sonho...
E não sou nada!...

Florbela Espanca

Porque este é um dos poemas mais lindos e verdadeiros que alguma vez já li... :D

~the girl with no name~

(foto: tirada a um livro sem querer; ficou artística, não ficou? lol)

12 de out. de 2007

Valores e Principios - Pensamento do Dia

...porque os ditos ‘valores e principios’ de que toda a gente tanto se gaba de ter, e que são estabelecidos segundo um modelo de perfeição (perfeição essa que nem existe), e completamente impingidos pela sociedade, são muitas vezes condicionantes à liberdade.

E sabe bem ser Livre...

A frase 'eu sou fiel aos meus princípios' já começa a mexer com o sistema, principalmente quando vem da boca de alguém que tem tudo menos princípios... e sobre esses já disse o que pensava
:P

~the girl with no name~

7 de out. de 2007

-Making Love


Making love on your kitchen floor
Is like making love at the sky
Go up to the stars
Feeling like we can fly

Everytime you touch my skin
Everytime you kiss my lips
Everytime I feel your smell
Oh, everytime we get so well

Hearing your voice and feeling your breath
Feeling this is truly Love
And when everything seems to be broken
You finally make me reach to real heaven

(C.S.)

~the girl with no name~

1 de out. de 2007

-Uma Janela Aberta - O Início

O Início!...



Era uma janela aberta... para o Mar. Sempre soube, ao olhar para a sua imensidão, naqueles instantes, que quanto menos pessoas que se identificassem comigo eu conhecesse... mais única Eu era. Mais especial e tão menos importante.

Depois apenas me restava a recordação. Uma memória. Um suspiro e uma inspiração. Ou a ausência de tudo isso,que se fazia sentir como o arranhar da chuva na pele, num dia de temporal.

Sempre achei que o Mar não podia ser azul. Nem nunca caí na história de ser um reflexo do céu. Nem sequer esse era azul - porque razão o seria? Tantas vezes ele estava cinzento,branco,incolor... e a maré continua a ir e vir, alta e baixa, mas sempre naquele tom azul esverdeado, como que mágico. Era de facto uma magia que o coloria. O céu, será que existe sequer?


O início de algo sem lógica, sem sentido, porque quanto menos sentido as coisas tiverem, mais sentido elas ganham...


~the girl with no name~