31 de dez. de 2010

A minha mente tem andado por caminhos perigosos... Como se fossem águas fundas e geladas. É preciso ter algum equilíbrio mental para não deixar que as questões essenciais da própria existência nos façam cair numa depressão. Uma vez que se entra, já não se pode, já não se consegue, sair. E eu já entrei. Entrei pela primeira vez aos 15 anos. E há (quase) 6 anos que continuo (insistente e estupidamente) a colocar questões a mim própria às quais sei que nunca vou conseguir responder.

29 de dez. de 2010


O ponto em que a felicidade extrema e a angústia se tocam.

14 de dez. de 2010

[Untitled]


Caio, mas o céu fica cada vez mais perto.
Sinto-me esperto, mas a minha mente me consome
Já não sinto o corpo
É tortura ser torturado pela tortuosa tortura da mente
É redundante…
Não obstante,
Nenhuma tortura sinto
Mas ela existe, como finjo que ela existe!
Virtuosa realidade que persiste
Dolorosa verdade constante,
Ou a mentira deliciosamente
Absurda
Em que vivo e sobrevivo
Tropeço nela quando acordo, convivo com ela quando sonho
Sempre algo produto de representações,
Decisões e emoções
Num ambiente ilusório, risonho,
Medonho, assustador,
Entro em pânico,
Caio em mim, caio na realidade,
A ilusão desvanece-se.
No entanto, apercebo-me do quão dubitável,
Do quão incómodo é, a existência da própria realidade
Que me assusta, talvez… mas a consciência mata-me de novo
Outra vez…
Assim, caio, final e fatalmente
Caio na inevitabilidade que sempre evitei.
Caio, mas o céu fica cada vez mais perto.

Cláudia Silva & Daniel Freire