24 de nov. de 2008

' Tu.

Tu, que estás aí, que não existes.
Eu, que não sou nada e não creio existir.
Serei eternamente aquela que escreverá em segredo
Filosofias nunca antes escritas
Ou escritas tão silenciosamente quanto as minhas
E pensadas por mil almas que
Pensam saber a imensidade da razão de ser dos seres, e do ser
Se é que razão e seres coexistem de facto.
Aparte de tudo o que me preenche este vazio
Eu não sou mais que o vazio que preenche o tudo das coisas.
Estou em cada partícula do espaço,
Em cada partícula do ar que respiro,
Em cada verso, em cada pensamento que se dissipa no tempo
Esse
Que o Homem criou na esperança de orientar
Um estado de alma desorientado e inorientável
À deriva num mar sem rumo
Debaixo de uma Lua que queima
E um Sol que ilumina. Ilusões?
Certamente.
Também eu vivo numa.
Nessa que faz vaguear por aí todas essas almas desencontradas
Na esperança de se encontrarem ou serem encontradas!
Na ilusão de Te encontrar a Ti
Tu, que estás aí,
Tu que não existes.
Porque neste próximo instante
Apenas serei Eu.
O Nada que creio existir num tempo errante.

CS

12 de nov. de 2008

'


2 ANOS de existência deste blog :)

e pra 'comemorar', fica aqui um poema fantástico que alguém (não sei quem) me deixou em comentário (como resposta a este poema):


Olho-te sem te dizer nada o meu olhar
e a fuga é tua
e a fuga é minha
e essa triste indecisão é nossa!

Abre a porta, sai, respira e volta
e traz contigo teu verso e tua prosa
dos meus romances desejosos de ti
quando por ti minha alma roga.

Olha em nós o outro lado da palavra
e beija-me e abraça-me e diz
tudo o que preciso for para eu ser feliz...
e a tua alma,
e a minha alma.

Amor é feito lágrimas e sonhos
e a rotina é-nos o único mal enfadonho
sendo mesmo o deserto desses nossos oásis.

Desejo-te ver quando o meu olhar te olhar
e deles tudo nos explicar
dessas nada outras parasitas palavras,
sendo de amor, mudas de mágoas.

Perfeito :) @