14 de jan. de 2007

Sonho


Tudo começou num sonho, porque tudo assim começa.
Ou então num momento em que estava na barreira que separa estes dois estados físicos e psicológicos: estar acordado e estar a dormir. Sonhei que estava morta e que saía do meu próprio corpo; via-me a dormir; conseguia falar para mim mesma como se fosse outra pessoa, outro corpo, outro espírito, outra alma no meio da escuridão. Talvez porque dormir seja morrer vivo, naquela noite eu permaneci viva fisicamente, mas há muito que a minha mente estava no outro mundo, no transcendente. Nesse mundo, que nos transcende e que não conseguimos alcançar no estado desperto. Acordei (ou será que devo dizer “voltei à vida”?), por momentos, e tive a estranha mas, ao mesmo tempo, agradável sensação de já ter podido estar fora do meu corpo e falar comigo como um espírito separado de mim; e, no entanto, eu sabia que estava ali deitada e imóvel, como todas as outras noites, no mesmo sítio, na mesma posição, a ouvir a tal voz: a minha voz.

Abri os olhos, vi um pequeno foco de luz vindo da janela. Era a luz do luar? A luz da noite? A luz da própria escuridão? Ou uma luz que eu própria inventei para poder vê-la quando voltasse a mim? Fechei os olhos e pensei que tinha de voltar a adormecer rapidamente. E assim caí num sono profundo, tão profundo e escuro como os fundos de um Oceano, ou até mesmo tão profundo como o espaço que há entre as estrelas numa noite de céu limpo, talvez uma noite como aquela. Aquela que eu nunca esquecerei.

Lembro-me de ter a sensação de poder viajar no espaço, no tempo e na minha própria mente, mesmo sabendo que não me conseguia mover e estava sempre no mesmo sítio, a dormir. Talvez estivesse no plano que existe a seguir àquele em que nós vivemos, mas sabia disso. E senti-o.

Lembro-me de tudo e, de repente, tal como todos os sonhos são, esqueci-me de tudo.

C.S.

11 de jan. de 2007

Flores

Flores são como crianças
Frescas e airosas
Vivas, perfumadas
Nas suas inocentes danças

Flores são como sonhos
Nas suas tão variadas cores
Despertam os sentidos
Despertam os amores

Flores são como desejos
Que se dissipam no tempo
Flores dão-nos beijos
Que duram apenas um momento

Flores azuis e amarelas
Simples, mas coloridas
Todas elas tão belas
Trazem amor às nossas vidas!


C.S.


4 de jan. de 2007

Tempo

Tic-tac, oiço tão bem o relógio...

O tempo passa a brincar....
Como uma criança a crescer.

A alma cresce ao vislumbrar...
Algo que outrora viu nascer.

E assim tudo nasce ao anteceder...
Uma vida que vai viver.


C.S.
O Tempo passa tão rápido... o que me deu agora para andar a lembrar-me de coisas tão passadas? Coisas tão passadas que continuam tão presentes, porém... lol.
Bjnhs =)