12 de jul. de 2010


uma pequena compilação de alguns dos meus poemas.

7 de jul. de 2010

Sempre fui pouco confrontadora. Achava que era um defeito, que me deixava pisar, rebaixar, deixar os outros levar a melhor. Com o tempo, aprendi que ser pouco confrontadora permitia-me uma maior paz interior. Ao que não dou importância, não confronto, ao que me é indiferente, não confronto. As atitudes alheias que nunca confrontei, deixaram de me incomodar. Deixei de ter a necessidade de confrontar os outros por achar que era o que devia fazer, mas não conseguir e viver  numa insatisfação interior permanente. Deixei de ter necessidade de me confrontar comigo mesma por não conseguir confrontar os outros. O que me incomodava, deixou de incomodar, e encontrei uma paz maior. Afinal, as más atitudes ficam em quem as tem, não em quem as recebe ou para quem elas são dirigidas.

5 de jul. de 2010

Com o tempo, aprendi a saber estar sozinha. Na cama, a olhar para o tecto, a ouvir os meus pensamentos. Numa rua, na penumbra, só, a ouvir os meus passos, a ver a minha sombra. Sem qualquer medo. Se dantes tinha medo de parar, e ficar sentada numa cadeira entre 4 paredes caladas, se dantes tinha medo de me ouvir, porque o que dizia a mim mesma era tanto que não conseguia assimilar tudo, hoje, isso mudou. Consigo ouvir-me sem ter medo de me perder. Deixei de ter medo do silêncio e aprendi que o silêncio interior é a maior fonte de sabedoria a que temos acesso. Aprendi a ouvir-me quer esteja sozinha no silêncio, a ler um livro, a ouvir música, a ver televisão, a falar com uma pessoa, com duas pessoas, com três pessoas ou no meio de uma multidão. Já não preciso de ninguém para me sentir suficientemente segura ou para não me sentir sozinha. Porque, agora, estou em contacto. Comigo mesma.