11 de ago. de 2009

' Uma Janela Aberta - Poema XII.

Em cada esquina
Dobra um sino lembrando-me
Que me perdi
E que já me encontrei de novo.
Que morri e que nasci de novo,
Afinal a vida está presente até na morte.
Mas nesta existencia absurda
E absorta. E infinitamente
Finita, humana, complexa, simples.
Anónima e Renascida,
Será sempre apenas e nada mais que
uma vela, num meio de um mar de velas.
Um pequeno ser abandonado por ter que ser apenas
Somente aquilo que nasceu pra ser.. Nada.

Porque serão sempre cópias de alguéns
Em sítios repetidos
Iguais a tantos outros algures
Nas ruas sujas e imundas
Da banal existencia.
E caminham passivas e impávidas,
Massas de
Personalidades
Nomes, ilusões,
Paixões,
E rostos cansados.
Cansa-os ser. Absurdamente
Existir.
Ter maneiras absurdamente diferentes
De igual ser, de igual sentir.

E continuo porém a ser sempre mais uma alma
Presa num corpo despido.
Parte de mim quer fugir, partir
Apenas por não querer ficar.
Parte de mim quer naufragar.

E dói-me tanto naufragar-me.

CS

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