o que foi, o que é
o que podia ter sido,
é a minha realidade.
estou (completamente)
perdida
num mar de incertezas,
das minhas incertezas.
insignificantes,
esmagam-me,
todos os dias, a todas as horas,
vagas,
porque não quero preenchê-las.
não fico, não vou,
não sei, não vivo.
tudo vai dar ao mesmo,
no final das coisas.
26 de abr. de 2011
Postado por ' Claudjinha às terça-feira, abril 26, 2011 118 comentários
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16 de abr. de 2011
Fui
Longe correr e morrer
ideias livres tão soltas em fusão
num embrulho envolvente
tão puro, tão intenso...
foi quase como uma coisa que
dói, mói, mas no fim sabe bem.
extensidade doida
vastidão esmagadora
peso parvo, não obstante, leve
na incerteza de ser tão certo.
escrevo agora, porque sim
porque posso, porque quero,
e porque não...
vou, porque morrer é nascer
numa outra realidade paralela
dimensão rica em presentes, futuros
e passados alternativos
como se tivesse significados igualmente
diferentes entre si.
o que foi, o que é,
o que podia ter sido,
nunca o foi porque não é.
Cláudia & Daniel
Postado por ' Claudjinha às sábado, abril 16, 2011 1 comentários
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20 de fev. de 2011
Random.
Esmagador
Ensurdecedor
Este silêncio absoluto
E o absurdo
Desta banal e repetida
Existência
Corrói, como ácido,
Todo e qualquer equilíbro.
Caminho em direcção ao
Caos.
E a desordem total
Apodera-se de mim.
Gosto de sentir a liberdade
Em estado puro. Mas
É demasiada e dói. Queima.
Quero um pouco menos.
Um pouco menos de tudo.
Um pouco menos de nada.
Um pouco menos disto.
Estou condenada à trivialidade
Da minha própria mente
Como um corredor da morte
Que acaba num completo acaso
Na completa falta de sentido.
Neste quarto existem
Buracos negros
Vazios que doem.
Silêncios que gritam.
Lacunas por preencher.
Postado por ' Claudjinha às domingo, fevereiro 20, 2011 1 comentários
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6 de jan. de 2011
' "Filosofar é aprender a morrer."
Sempre filosofei muito. Demais até. Até doer. Doer mesmo, doer na alma. Não sei se tive algum trauma de infância em relação à morte, se tive não me lembro, mas nunca consegui lidar bem com a mortalidade das pessoas e a finalidade das coisas em geral. Há momentos em que me sinto como uma criança que se confronta com a morte pela primeira vez. Ainda não tendo aceitado bem a questão da mortalidade, chegar à conclusão de que a morte/o fim é absolutamente inevitável a tudo o que vive, é dose demais para mim. "Filosofar é aprender a morrer". José Saramago.
Postado por ' Claudjinha às quinta-feira, janeiro 06, 2011 1 comentários
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' One step at a time...
Há quem diga que a vida é como uma longa caminhada. Que grandes caminhos se percorrem começando por dar um pequeno passo. Que partimos de um princípio, e chegamos à felicidade, simbolizada pelo fim desse grande caminho.
Eu acho que a vida é uma caminhada que vai sempre dar ao mesmo. Não é em frente, como na proposta que referi acima, mas sim para os lados. Podemos dar um, dois, três passos, ou os que forem, para a esquerda ou para a direita. Mas voltamos sempre ao mesmo. Voltamos sempre àquele ponto inicial, que coincide com o final. Onde o nascimento se cruza com a morte... no fundo, acabamos sempre onde começámos. Dermos os passos nas direcções que dermos. Acabamos sempre onde começámos e tudo o que fica pelo meio, é só isso... tudo o que fica pelo meio. Nada mais, nada menos.
Postado por ' Claudjinha às quinta-feira, janeiro 06, 2011 1 comentários
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31 de dez. de 2010
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, dezembro 31, 2010 0 comentários
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29 de dez. de 2010
Postado por ' Claudjinha às quarta-feira, dezembro 29, 2010 0 comentários
14 de dez. de 2010
[Untitled]
Postado por ' Claudjinha às terça-feira, dezembro 14, 2010 0 comentários
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26 de out. de 2010
Postado por ' Claudjinha às terça-feira, outubro 26, 2010 2 comentários
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12 de jul. de 2010
Postado por ' Claudjinha às segunda-feira, julho 12, 2010 4 comentários
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7 de jul. de 2010
Sempre fui pouco confrontadora. Achava que era um defeito, que me deixava pisar, rebaixar, deixar os outros levar a melhor. Com o tempo, aprendi que ser pouco confrontadora permitia-me uma maior paz interior. Ao que não dou importância, não confronto, ao que me é indiferente, não confronto. As atitudes alheias que nunca confrontei, deixaram de me incomodar. Deixei de ter a necessidade de confrontar os outros por achar que era o que devia fazer, mas não conseguir e viver numa insatisfação interior permanente. Deixei de ter necessidade de me confrontar comigo mesma por não conseguir confrontar os outros. O que me incomodava, deixou de incomodar, e encontrei uma paz maior. Afinal, as más atitudes ficam em quem as tem, não em quem as recebe ou para quem elas são dirigidas.
Postado por ' Claudjinha às quarta-feira, julho 07, 2010 2 comentários
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5 de jul. de 2010
Postado por ' Claudjinha às segunda-feira, julho 05, 2010 4 comentários
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20 de jun. de 2010
'
Há sempre aquele momento em que queres, desesperadamente, alguém. Alguém que não queres conhecer, alguém que não queres que te conheça, alguém a quem só digas “Olá” no dia-a-dia, alguém que nem saiba que tu existas. Essa pessoa é sempre inatingível. Vais sonhar, vais fantasiar, vais sempre achar que sim, ou que não, ou que talvez. Um dia, cais em ti. Percebes que não há nada a fazer. Que não podes mexer numa ferida que está prestes a abrir. Porque é complicado, em demasiados aspectos.
Postado por ' Claudjinha às domingo, junho 20, 2010 2 comentários
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30 de abr. de 2010
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, abril 30, 2010 6 comentários
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28 de abr. de 2010
' Déjeuner du Matin.
Il a mis le café
Dans la tasse
Il a mis le lait
Dans la tasse de café
Il a mis le sucre
Dans le café au lait
Avec le petite cuillère
Il a tourné
Il a bu le café au lait
Et il a reposé la tasse
Sans me parler
Il a allumé
Une cigarette
Il a fait des ronds
Avec la fumée
Il a mis les cendres
Dans le cendrier
Sans me parler
Sans me regarder
Il s'est levé
Il a mis
Son chapeau sur sa tete
Il a mis
Son manteau de pluie
Parce qu'il pleuvait
Et il est parti
Sous la pluie
Sans une parole
Sans me regarder
Et moi, j'ai pris
Ma tete dans ma main
Et j'ai pleuré
Jacques Prevert
Postado por ' Claudjinha às quarta-feira, abril 28, 2010 1 comentários
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24 de abr. de 2010
' Hoje sopro 20 velinhas - a minha reflexão em relação ao assunto.
A partir de agora, sei que tenho de medir muito melhor as minhas acções. Sei que as responsabilidades aumentaram. Sei que já não vou ouvir tanto “deixa lá, quando tinha a tua idade também fazia isso, é normal”. Já não tenho o pretexto da “idade da parvoíce” para fazer parvoíces. Se fosse mãe agora, já nem seria mãe adolescente. Agora, já não tenho mais desculpa para muitas coisas. Já não tenho desculpa para, por exemplo, ainda não saber o que quero fazer na vida. E a verdade é que não sei. Estou a tirar um curso só porque sim, só porque gosto, sem quaisquer perspectivas do que quero fazer realmente no futuro.
Todos os anos (desde os 14, acho eu), festejei o meu aniversário, porque sempre amei fazer anos. O meu signo ascendente em Leão e o meu lado egocêntrico adorava ser o centro das atenções nem que fosse durante um dia por ano. Este ano, estou muito mais low-profile. Não estou nem um pouquinho feliz por fazer 20 anos, porque não os queria fazer. Nem sequer fiz contagem decrescente para o meu dia de anos, como fiz todos os anos passados (que criancice, eu sei, eu sei!). Por isso ao início nem sequer queria festejar, mas depois pensei melhor e resolvi fazer uma festa pequena, íntima, informal, apenas com os amigos mais próximos, e aproveitar para fazer a festa de inauguração aqui de casa (que estava à espera para fazê-la desde o ano passado..lol). Para mim, a festa é mais de inauguração do que de anos. Não quero mesmo festejar o facto de fazer 20 anos porque, para mim, não é felicidade nenhuma.
Postado por ' Claudjinha às sábado, abril 24, 2010 3 comentários
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21 de mar. de 2010
Porque hoje é o Dia Mundial da Poesia
- Álvaro de Campos, 15-1-1928
Postado por ' Claudjinha às domingo, março 21, 2010 4 comentários
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24 de fev. de 2010
amo onde a estrada começa
paupérrimo, percorro a vida à espera de esmola.
os transeuntes passam como se de um simples obstáculo me tratasse.
sou ninguém, desespero por não o fazer, morro por viver: o que estupidamente tem lógica, mas nem sempre começo por perceber...
a ausência de ter vontade para ir, avançar, apenas por não querer ficar.
preguiço, o sangue evapora-se sozinho apenas porque quer fugir. desaparecer.
assim se cria uma neblina bem encarnada, de forma crua, ao som silencioso do crepúsculo.
os cães ladram e a caravana passa, como uma corrupção mental e metafórica como se não houvesse instinto banal
só porque sim.
é então que fria e seca a brisa da ausência de instinto torna o ar mais rarefeito e duro de respirar.
como um cavalo de tróia por executar a função suja e porca de uma rasteira cruel,
porque pode fazê-lo.
e morre, assim, na praia, traiçoeiro e solitário, o cavalo de tróia que habitava minh'alma vazia e impassível de vir vez alguma a ser preenchida.
Daniel Freire
22-02-2010
Aula de Percepção, Atenção e Memória.
Postado por ' Claudjinha às quarta-feira, fevereiro 24, 2010 5 comentários
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18 de fev. de 2010
' Poema X
Há sempre qualquer coisa neste ar que respiras,
Um sabor envolvente de uma textura suave,
A seda, talvez.
Um som delicioso, um odor carinhoso,
Uma luz ensurdecedora.
Há sempre um desejo e uma vontade desenfreada
De te dizer, de te contar
As flores que vi pelo caminho.
A forma como o sol me iluminou,
A forma como o vento me fez esvoaçar os cabelos...
Ontem. Hoje. Amanhã.
Há sempre esta vontade imensa de te abraçar,
Este desejo imenso que me beijes, meu amor,
Esta vontade infinita.
Quero-te agora, hoje e para sempre,
Como te quis ontem e nem o sabia.
Quero-te mais que a vida,
E quero que a vida tenha o teu sabor a sal,
A liberdade dos teus braços,
A doçura dos teus olhos.
Quero que a vida saiba pela vida...
Como tu, meu amor, como tu.
CS
Postado por ' Claudjinha às quinta-feira, fevereiro 18, 2010 2 comentários
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11 de nov. de 2009
' 3 Anos
Postado por ' Claudjinha às quarta-feira, novembro 11, 2009 3 comentários
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8 de nov. de 2009
' Alienação.
O silêncio é demasiado ruidoso
Demasiado insuportável.
Recorda-me que minha alma
Só é presente.
E que passado e futuro
São paisagens ngeras
Delírios inconscientes,
Fingimentos latentes.
Este fogo que arde agora
Faz-me frio.
E finjo que ardo no meu alheamento,
Na minha imensa luz,
No meu papel.
Estou alienada.
E o porto que anseio
Tem tanto de distante como de ilusório,
Como de seguro.
O lar quente que tanto procuro tem pouco de acolhedor.
Pouco tem de Humano.
Pouco tem de real.
CS.
Postado por ' Claudjinha às domingo, novembro 08, 2009 0 comentários
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28 de ago. de 2009
' Uma Janela Aberta - Não tive tempo.
Não tive tempo, meu amor, não tive tempo!
Para deixar de ter pressa que passasse o tempo;
Para deixar que viesse o tempo de ter tempo,
De esperar e desesperar para ter tempo,
Para viver o momento
Para chorar por dentro,
Não tive tempo, meu amor, não tive tempo...
Não tive tempo, meu amor, não tive tempo!
De reparar que as palavras vieram e foram
Que morreram e renasceram;
Para deixar que fossem apenas gotas de água por cima de mar,
Ar e vento
E pétalas por cima de rosas,
Não tive tempo, meu amor, não tive tempo...
Não tive tempo, meu amor, não tive tempo
Para pensar bem e saber que tive todo o tempo
Do mundo.
Que deixei cair uma lágrima cá fora quando milhares já tinham caído
Lá dentro.
Que tive medo de ser feliz, e fugi, e fugi, e corri até não poder mais.
Que fugi até sentir dor, até sentir paz. Até sentir que o merecia.
Que fugi do tempo que tinha para ter tempo.
E não tive tempo sequer de ser livre na minha entrega.
Mas hoje tenho tempo. Tenho tempo,
De sobra até.
Tenho tempo para te esperar. Tempo para te abraçar,
Para me despir, para te sentir, para inexistir
Existindo.
Hoje tenho tempo e hoje sou amor. Hoje sou liberdade,
Sou toda a cor que destoa do azul do mar,
Tudo o que é diferente mas vai dar ao mesmo.
Sou todo o tempo, todo o tempo.
Sou a luz, sou a sombra, sou a santa e sou a pecadora.
Hoje sou música, hoje sou uma canção.
Danças comigo?
CS
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 5 comentários
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' Uma Janela Aberta - Qualquer.
Sou uma qualquer,
Não diferente de todas as outras
Quaisquer,
Nem diferente de qualquer
Nenhuma.
Sou uma qualquer,
Tão igual por ser diferente
Mas não diferente por ser igual
A qualquer igual ser,
Enfim,
Qualquer alguma.
Sou uma qualquer,
Espero por qualquer sorriso,
Qualquer beijo e qualquer sonho
Em que sonhe que não sou, afinal,
Qualquer uma.
CS
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 1 comentários
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' Uma Janela Aberta - Poema V.
O eco do fundo dos teus olhos
Refunde-me para as sombras do jardim
Que é o teu corpo.
E absorta fujo, escondo-me,
Porque te tenho, porque me tens,
Porque sou eternamente tua.
Mas algures no meio do fulgor
Do teu abraço
Surge um navio prestes a naufragar.
No jardim do teu corpo,
Navega em mar verde,
O navio prestes a naufragar.
Algures no meio de todo este fogo
Que arde num delírio delirante
Surge a minha âncora,
De ferro forte, feio, esquecido
De onde encontra meu porto seguro.
Oh, se o abandono soubesse
Onde encontrar essa estrada
Que me leva...
Se essa voz soubesse
Onde cantar minha tristeza...
Então saberia onde se encontra o princípio do fim
Encontra-se em ti e em mim,
E no barco que te naufraga,
Nas sombras que nos refundem,
No vento frio que se faz sentir
Nesse teu jardim, ao fim da tarde,
Na poeira de um entardecer já antigo...
Sim, o eco do fundo dos teus olhos
Refunde-me para as sombras do jardim
Que é o teu corpo.
E, sós, amamo-nos, como se jamais
Amanhã houvesse.
CS
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 0 comentários
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' Uma Janela Aberta - Poema VI.
Nos recônditos da minha sensata lucidez
Encontro picos excêntricos, excentricamente
Loucos.
Nesta realidade que me prende, que me puxa,
Que me veste, que me insiste,
Revisto-me de liberdade, de abundancia
De luz.
Na amplitude da consciencia,
Na totalidade do ser que compreende,
Dobro esquinas de brilho,
Percorro estradas de extravagância,
Mergulho em mares de vento solto
Até doer.
Nesta alma matematicamente morta,
Estupidamente viva,
Até doer choro, até doer encontro o choro
Que me faz, apenas, ser.
CS
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 1 comentários
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Em cada esquina
Dobra um sino lembrando-me
Que me perdi
E que já me encontrei de novo.
Que morri e que nasci de novo,
Afinal a vida está presente até na morte.
Mas nesta existencia absurda
E absorta. E infinitamente
Finita, humana, complexa, simples.
Anónima e Renascida,
Será sempre apenas e nada mais que
uma vela, num meio de um mar de velas.
Um pequeno ser abandonado por ter que ser apenas
Somente aquilo que nasceu pra ser.. Nada.
Porque serão sempre cópias de alguéns
Em sítios repetidos
Iguais a tantos outros algures
Nas ruas sujas e imundas
Da banal existencia.
E caminham passivas e impávidas,
Massas de
Personalidades
Nomes, ilusões,
Paixões,
E rostos cansados.
Cansa-os ser. Absurdamente
Existir.
Ter maneiras absurdamente diferentes
De igual ser, de igual sentir.
E continuo porém a ser sempre mais uma alma
Presa num corpo despido.
Parte de mim quer fugir, partir
Apenas por não querer ficar.
Parte de mim quer naufragar.
E dói-me tanto naufragar-me.
CS, 14-03-2009
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 1 comentários
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' Uma Janela Aberta - Sou Aquela.
Sou aquela cujo espelho
É fielmente fiel.
Aquela que pinta
Com um doce pincel
Este tão frenético processo
De multiplicação.
Sou aquela cuja alma
Se espraia no mar.
Aquela cuja alma
Implora por brilhar,
Mas sem fulgor nem paixão.
Ah, sou aquela e aquela e
Aquela ali,
Aquele abrir de rosa à espera
De um contemplar
E mais
Aquela, aquela,
Aquele anseio de alma
Cheio de mudos ais...
Esta. Cuja imagem se esqueceu
De retratar.
CS
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 1 comentários
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' Uma Janela Aberta - Tela.
Comprei esta tela branca ao preço do silêncio...
Quero pintá-la. De transparente, talvez.
Choveram vitrais perfumados
E ideias coloridas.
Mas sujaram-me a tela de um Humano horrendo !
Abandonei-me, então, de sonhos,
Por serem tão Humanos. Queimei-me em velas
Até me perder numa bruma.
Mas... shh ! ainda oiço !
As auréolas dos anjos a cintilar !
Ainda escuto ! as canções tristes que me alegravam.
Os girassóis, o sol, o céu, as estrelas, a lua.
Ainda me vejo. Em douradas pradarias.
Ah ! e as casas de madeira...
(ainda sinto a brisa, e por saber senti-la sinto ainda que nunca
Haveria de o ter feito).
Hoje, escondi-me. Abandonada e absorta
De toda a luz com que fui abençoada, outrora.
Sou como uma flor que murcha sem sol,
Por não haver vida.
Quis tão pouco. E era tanto para este Mundo:
Tão pequeno !
Despi-me e, nua, pintei-me de Humana nesta tela.
Alheei-me. Pintei o alheamento
No silêncio. Nas palavras não ditas
Desenhei jardins, e flores, e sorrisos,
Com lágrimas escondidas.
Ao fundo, uma catedral. Olha os vitrais ! antes perfumados, agora
Obscuros. Secretos.
Pintei a tela de Humano.
Ela canta, hoje, o silêncio.
Esconde um pranto cego.
O som dos sinos sai calado.
E eu, Deliro !
CS
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 1 comentários
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' Escrita por Associação Livre 3
Não quero tentar
Não quero conseguir
Não quero explicar
Não quero deduzir
Não quero entender
Não quero perceber
Não quero analisar
Não quero interiorizar
Não quero saber porquê, mas sei, mas tento, mas quero, mas explico,
Mas deduzo, mas entendo, mas percebo, mas analiso, mas tento tentar,
Tento querer, tento conseguir, tento explicar, tento deduzir, tento entender,
Tento perceber, tento analisar, tento interiorizar, tento saber
E afinal não sei tentar nem sei conseguir nem sei explicar nem sei deduzir
Nem sei entender nem sei perceber nem sei analisar nem interiorizar
Nem saber porquê
Porque é tudo inconcebível, é tudo inexplicável, é tudo indutível, é tudo imperceptível
Porque é tudo non-sense é tudo um absurdo é tudo um não vale a pena.
Porque é tudo um fingimento.
CS, 29.08.2008
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 0 comentários
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' Uma Janela Aberta - Silêncio (prosa poética IV)
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 28, 2009 1 comentários
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14 de ago. de 2009
' Uma Janela Aberta - Moon.
White moon
So lonely up there
Don’t you feel tired
Don’t you feel sad?
White moon
You must see everything
From where you are
And I often wonder “why are you so far”?
White moon, why do you have to be
So far away
A place where I can’t go?
Little delightful moon, tell me
What do you have to say
Tell me low…
Do you see our lives?
Do you hear our voices?
Don’t you feel like a lighting ghost?
Getting along with our noises?
Don’t you feel like coming down?
Don’t you ever get so lonely?
If you could answer all my questions
If you could, only…
Sometimes at night, I stand looking at you
When my eyes are made of tears
And whatever you are white or blue
You help me throwing out all of my fears
And so there you are up above
Floating ate the sky
You and your precious light
Flashing me with your love
Every single night
Surrounded by your innocent and silent cry!...
CS (há muitos, muitos anos atrás!)
BlogBlogs.Com.Br
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, agosto 14, 2009 1 comentários
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11 de ago. de 2009
' Uma Janela Aberta - Poema XII.
Em cada esquina
Dobra um sino lembrando-me
Que me perdi
E que já me encontrei de novo.
Que morri e que nasci de novo,
Afinal a vida está presente até na morte.
Mas nesta existencia absurda
E absorta. E infinitamente
Finita, humana, complexa, simples.
Anónima e Renascida,
Será sempre apenas e nada mais que
uma vela, num meio de um mar de velas.
Um pequeno ser abandonado por ter que ser apenas
Somente aquilo que nasceu pra ser.. Nada.
Porque serão sempre cópias de alguéns
Em sítios repetidos
Iguais a tantos outros algures
Nas ruas sujas e imundas
Da banal existencia.
E caminham passivas e impávidas,
Massas de
Personalidades
Nomes, ilusões,
Paixões,
E rostos cansados.
Cansa-os ser. Absurdamente
Existir.
Ter maneiras absurdamente diferentes
De igual ser, de igual sentir.
E continuo porém a ser sempre mais uma alma
Presa num corpo despido.
Parte de mim quer fugir, partir
Apenas por não querer ficar.
Parte de mim quer naufragar.
E dói-me tanto naufragar-me.
CS
Postado por ' Claudjinha às terça-feira, agosto 11, 2009 0 comentários
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4 de ago. de 2009
' Uma Janela Aberta - Poema IX.
On the back door of a tavern at sunlight
I'm a whore. I am a saint. I'm a sinner.
I am the mother and the daughter.
The light and shadow.
The joy and the pain.
I'm the life and the death.
The law and the delinquency.
The housewife and the prostitute.
The child and the old grew lady full of wisdom.
I bring the best and I bring the worst out.
I do things I don't like to do, like everyone else.
Put up with horrible people, like everyone else.
Handing over my precious body and soul in the name of a future that never arrived, like everyone else.
Saying myself I haven’t enough yet, like everyone else.
Waiting just a little bit longer, like everyone else.
I was secure and full of myself,
Until one day I got totally lost on the road of life.
And that was just me. I'm a fighter, and I'm quitter.
CS
Postado por ' Claudjinha às terça-feira, agosto 04, 2009 1 comentários
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2 de ago. de 2009
' Uma Janela Aberta - Sexo Tântrico e Sagrado (prosa poética V)
Estávamos sentados à luz da vela,
O corpo tremia, o coração batia forte,
Uma garrafa de vinho ao lado de nós, transpirávamos desejo - Não desejo que vemos, mas desejo que imaginamos;
O desejo solto no ar, que vibra, que enche a vida com a vontade ferverosa de ter alguma coisa, de ter alguém;
O desejo que move montanhas, que nos dá uma sensação de completa liberdade, desejo, apenas desejo, no seu estado mais puro, no seu estado mais divino;
Desejo que é a fonte de tudo o mais além, o mais abaixo, o mais acima, o mais infinito.
Desejo que traz o prazer sexual em si. Porque foi possível a experiência prazer sexual sem sequer tocarmos no outro. Energia sexual entra em jogo antes mesmo do sexo ter lugar.
Nus,
Sem se tocarem, estavam sentados à luz da vela,
O corpo tremendo, o coração batendo forte,
Uma garrafa de vinho ao lado deles.
Em quase absoluta escuridão, ele sabia o que queria
Ele sabia o que eu queria,
Mas ele não me podia dar nada, essa foi a maçã que Eva nunca deveria ter trincado.
Colocámos uma venda nos olhos e sentimos a nossa própria respiração, o inspirar e expirar que vai, que vem -
O ar, vital, mútuo.
Sentimos extrema dor em não tocar -
Não a dor que deixa ferida, mas uma dor divina;
A dor que nos guia a um tipo diferente de paraíso;
A dor no seu estado mais puro, levada ao extremo, levada ao limite, até um lugar de imensa e misteriosa paz, de um ecxtasy religioso indescritível;
A dor que se transforma em alegria; que nos leva ao limite.
A dor que trás o único sentido à vida: o prazer.
Expliquei-lhe então que só quem conhece essas fronteiras, esses limites, da dor extrema, sabe vida. Tudo o resto é só passar o tempo, repetindo as mesmas tarefas, envelhecer e morrer sem nunca ter descoberto o que estávamos afinal a fazer aqui - a escola? o trabalho? o casamento, os filhos, a televisão, a amargura, a velhice, a sensação de ter perdido muitas coisas, a frustração, a doença, a incapacidade, a dependência dos outros, a solidão, a morte. Somos seres humanos, nascidos cheios de culpa. Sentimo-nos aterrorizados quando felicidade se torna uma possibilidade real, e morremos a querer punir todos os outros, porque nos sentimos impotentes, inúteis e infelizes. As experiências mais importantes um homem pode ter são aqueles que o levam aos seus próprios limites - sexo, desejo, amor e dor são tudo experiências extremas. Cruzando as fronteiras do nosso próprio corpo, aí sim, encontramo-nos. Só sabemos quem somos quando nos deparamos com nossos próprios limites. Mas não é necessário saber tudo sobre nós mesmos ... o ser humano não foi feito exclusivamente para ir em busca da sabedoria, mas também para lavrar a terra, para esperar a chuva, plantar o trigo, a colheita do grão, fazer o pão.
Em quase absoluta escuridão, ele sabia o que queria
Ele sabe o que ela queria,
Mas ele não lhe podia dar nada, essa foi a maçã que Eva nunca deveria ter trincado.
Era um limite inultrapassável,
O fruto mais apetecido.
Utilizando apenas o meu sentido táctil, despejei meio copo de vinho na minha taça.
Ao preparar-me para encher o seu copo, ele pegou no meu pulso, impediu-me,
Pegou na minha taça e disse - esta é uma taça que iremos partilhar.
Tirei a minha venda, tirei a venda dele, olhei-o nos olhos.
Se partilhássemos aquela taça, estaríamos já a tocar um no outro;
Estaríamos a partilhar os nossos corpos, as nossas vidas;
Agora, era tempo de partilhar apenas as nossas almas, os nossos seres entrecruzados por um espaço e um tempo que só existiram ali -
- naquele sítio onde Deus fez um círculo, há muitos milhares de anos atrás.
O pecado original não foi aquele em que Eva comeu a maçã, mas sim a sua convicção de que era necessário partilhar com Adão precisamente o que ela tinha provado. Eva tinha medo de seguir seu caminho sozinha. Bem, certas coisas não podem ser partilhadas.
Bebi o meu vinho. Fui totalmente livre na minha entrega.
Beberam o vinho silenciosamente. Voltaram a encher o copo vezes sem conta. Voltaram a bebê-lo silenciosamente vezes sem conta. Porque o silêncio era o grito mais forte.
Ali, naquele sítio onde Deus fez um círculo, há muitos milhares de anos atrás.
E então nós tocámo-nos, em seguida; continuámos a fazer o amor que tínhamos vindo a fazer horas antes -
- foi o copo de vinho que transbordou.
O sexo é quando o copo está tão cheio de vinho que naturalmente transborda.
É a abundância natural, o querer sempre mais, mesmo não querendo nada em tudo.
Ali, naquele sítio onde Deus fizera um círculo, há muitos milhares de anos atrás,
Estes dois corpos transpirados de desejo,
Exaustos de uma dor divina, de um ecxtasy religioso, existencial,
Alcoolizados pelo sangue de Deus,
Tocaram-se. Amaram-se. Os copos de vinho transbordaram. As velas apagaram-se.
Não há maior prazer do que a de iniciar alguém num mundo desconhecido -
Tirar a virgindade alguém, não a virgindade do seu corpo, mas sim da sua alma.
Eu já tinha lhe ensinado tudo que eu sabia, cada partícula de mim.
E, como boa professora, eu também aprendi algo completamente novo ao ensiná-lo.
Andavam nus, por aí, estes corpos, sem se tocarem. Experienciaram múltiplos orgasmos físicos, e tantos mais espirituais. Estiveram num sítio a que um dia alguém resolveu chamar de Paraíso. Não precisaram de falar muito, mas conseguiram chegar ao corpo, ao mais íntimo do corpo, antes de se terem tocado. Foram livres na sua entrega mútua e amaram de forma mortal sem esperar absolutamente nada em troca. Descobriram aquilo que faz o mundo girar em torno do Sol: não a procura do prazer em si, mas a renúncia àquilo que é tido como importante. That was Sacred Sex.
Autoria de CS,
Inspiração em 'Eleven Minutes', Paulo Coelho.
Postado por ' Claudjinha às domingo, agosto 02, 2009 1 comentários
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28 de jul. de 2009
' Uma Janela Aberta - Ondas (prosa poética III)
Postado por ' Claudjinha às terça-feira, julho 28, 2009 0 comentários
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24 de jul. de 2009
' Uma Janela Aberta - E Foi (prosa poética II)
E foi tudo tão intenso, e foi tudo tão tudo, tão tão, que no fim apenas sobraram esses pedaços perdidos no tempo e espalhados na intensidade do nada que no fim nos rodeava. No fundo não passamos de meros pedaços de desejo que a paixão jamais irá juntar.
Postado por ' Claudjinha às sexta-feira, julho 24, 2009 1 comentários
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22 de jul. de 2009
' Uma Janela Aberta - Pegadas na Areia (prosa poética I)
Que Restou?
Meras pegadas na areia.
Mas então o Horizonte continuou lá... apenas deixaste que ele se tornasse no nosso limite.
Então aquele mar mansamente bravo continuou a beijar a areia, sem cessar, e essa, também ela, continuou a receber os beijos do mar. Esses sim, serão dois eternos amantes. Aquele fim de tarde parou no tempo.
E então?...
CS
Postado por ' Claudjinha às quarta-feira, julho 22, 2009 0 comentários
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18 de jul. de 2009
' Uma Janela Aberta - Vida III.
A flor que cresce
O sol que rejuvenesce
(todas as manhãs, sem se cansar)
A tua alma que esmorece
(sim, a tua)
E o mar que beija a luz da lua,
(Todas as noites, sem se cansar)
Antes que a vida cesse
E ceda a essa escuridão que escorre
Beija-me, todas as tardes, numa esquina perdida
(sem te cansar)
Beija-me, beija-me, esse beijo que morre,
Beija-me, antes que chege a morte da vida.
CS
Postado por ' Claudjinha às sábado, julho 18, 2009 0 comentários
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