(Carlos Eduardo da Maia e Maria Eduarda - o primeiro beijo)
Tudo começa no primeiro capítulo, quando se descreve a casa – “O Ramalhete”- Lisboa, mas que nada tem de fresco ou de campestre. O nome vem-lhe de um painel de azulejos com um ramo de girassóis, colocado onde deveria estar a pedra de armas.
Afonso da Maia casou-se com Maria Eduarda Runa e do seu casamento resultou apenas um filho - Pedro da Maia. Pedro da Maia, que teve um educação tipicamente romântica, era muito ligado à mãe e após a sua morte ficou inconsolável, tendo só recuperado quando conheceu uma mulher chamada Maria Monforte, com quem casou, apesar de Afonso não concordar. Deste casamento resultaram dois filhos: Carlos Eduardo e Maria Eduarda. Algum tempo depois, Maria Monforte apaixona-se por Tancredo (um italiano que Pedro fere acidentalemente e acolhe em sua casa) e foge com ele para Itália, levando consigo a filha, Maria Eduarda. Quando sabe disto, Pedro, destroçado, vai com Carlos para casa de Afonso, onde comete suicídio. Carlos fica na casa do avô, onde é educado à inglesa (tal como Afonso gostaria que Pedro tivesse sido criado).
Passam-se alguns anos e Carlos torna-se médico - abre um consultório. Mais tarde conhece uma mulher no Hotel Central num jantar organizado por Ega (seu amigo de infância) em homenagem a Cohen. Essa mulher vem mais tarde saber chamar-se Maria Eduarda. Os dois apaixonam-se. Carlos crê que a sua irmã morreu. Maria Eduarda crê que apenas teve uma irmãzinha que morreu em Londres. Os dois namoram em segredo. Carlos acaba depois por descobrir que Maria lhe mentiu sobre o seu passado (que não é casada) – podiam ter-se zangado definitivamente. Porém, acabam por fazer as pazes e manter a relação incestuosa (*) involuntária. Guimarães vai falar com João de Ega, e dá-lhe uma caixa que diz ser para Carlos ou para a sua irmã Maria Eduarda. Aí Ega descobre tudo, conta a Vilaça (procurador da família Maia) e este acaba por contar a Carlos o incesto (*) involuntário que anda a cometer. Carlos, mesmo sabendo que a mulher que ama é sua irmã, não deixa de a desejar, uma vez que não basta que lhe digam que ela é sua irmã para que ele como tal a considere. Afonso, seu avô, morre de desgosto. Com isto, Maria parte para Paris e Carlos realiza uma viagem pelo Mundo com o seu amigo Ega.
(Pedro da Maia e Maria Monforte, pais de Carlos Eduardo e Maria Eduarda, na lua-de-mel)
(*) - Incesto - relações sexuais entre pessoas da mesma família
Um 'calhamaço' de 716 páginas, e um sacrifício enorme para começar a lê-lo..... só de olhar para ele... dava-me logo a preguiça... as loooongas descrições do Eça de Queiroz, pequenos detalhes que pareciam não ter importância... mas lá me vi 'obrigada' a lê-lo... a 1ª página, a 2ª, a 3ª... o 1º capítulo e até ao capítulo 4 ou 5... a partir daí ficou mesmo mesmo mesmo entusiasmante... foram horas e horas a ler, aulas e aulas (sim, nas aulas q eram mais seca..LOL)... tempos livres e tempos livres... mas aquelas descrições... descrições do espaço e do tempo, das pessoas (tentar imaginar como as coisas eram no séc. XIX, as críticas sociais que o autor faz, as personagens, as intrigas, os presságios, o Romantismo! A autêntica novela que este Romance é... (aliás, a Globo fez uma novela - vídeos). Simplesmente L.I.N.D.O. 716 páginas Apaixonantes e prontas para serem lidas de novo... e de novo... e de novo =D
Há tanto, tanto para dizer sobre este Romance... mas apenas deixo aqui a minha viva recomendação... não se vão arrepender ! ;)
Os Maias - Eça de Queiroz
Simplesmente um dos melhores livros de SEMPRE.
LC@